O Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos (SP), ocupa uma área de 84.500 m²Foto: https://turismo.ig.com.br/destinos-nacionais/2024-04-10/7
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - São Paulo
28-29/03 2005
A cidade paulista de São José dos Campos fica na próspera região do Vale do Paraíba (do Sul).
Depois da decadência da produção de cafeicultura, ela entrou na era industrial, valendo-se da posição estratégia no eixo Rio-São Paulo, servida pela estrada de ferro e autopista.
Foi de trem que eu divisei a silhueta acanhada dos primeiros edifícios nas décadas de 50 se 60, depois desde os ônibus da Pássaro Marrom e da Itapemirim. Só mesmo na década de 70 é que eu visitei o centro da cidade, hospedando-me num hotel, de onde se descortinava um vale extensos e verde na direção sul, com as alturas da Serra da Mantiqueira ao fundo.
A cidade fica na parte mais alta e, por sorte, até hoje o vale continua destinado à agricultura, apesar do crescimento fantástico de novos bairros, quase todos do outro lado da Via Dutra. Antes era uma região vazia e expandiu-se em virtude das instalações do INPE, do ITA e, mais recentemente, da EMBRAER, símbolos de modernidade da ciência & tecnologia.
Apesar das dificuldades financeiras dos últimos anos no país, as pesquisas espaciais continuam avançando, principalmente sem torno do desenvolvimento de satélites espaciais, com o apoio num consorcio com a China. A EMBRAER, desligada da tutela governamental exclusiva, vem apresentando resultados cada vez mais surpreendentes, firmando-se no mercado mundial da indústria aeronáutica, numa faixa compatível com sua capacidade tecnológica.
Recebi o convite para dar uma palestra nas comemorações dos 40 anos da Biblioteca do INPE, para uma plateia de bibliotecários e usuários da instituição, com a grata alegria de reencontrar amigos, já aposentados, que ali trabalharam.
A última visita foi há mais de uma década. O edifício da biblioteca já não comporta mais o crescimento do acervo e perdeu espaço para os leitores, ensejando mais um projeto de reforma. Mesmo em tempos de Internet, já criaram uma biblioteca virtual que atua há vários anos, e os acervos físicos continuam crescendo.
O centro de São José dos Campos não mudou muito, mas nos arredores são muitos os edifícios multiresidencias. Já passou dos 700 mil habitantes. O ponto alto da viagem foi uma visita orientada às instalações do Laboratório em que desenvolvem os projetos do novo satélite, que vem sendo desenvolvido para a construção de unidades cada vez maiores.
Ao contrário da visita anterior, nos anos 80, em que apenas tive uma visão de conjunto, desde a plataforma superior, desta vez tive acesso à planta baixa e os impressionantes subterrâneos das áreas dos teste.
O INPE cresceu muito também no campo da pós-graduação, voltado para as áreas de sensoriamento remoto de meteorologia, astrofísica, computação aplicada, geofísica espacial e, óbvio, a engenharia e tecnologia espacial. O sistema de informação torna-se peça fundamental para as atividades de pesquisa, ensino e difusão do conhecimento gerado institucionalmente ou adquirido para suportar suas atividades.
Nos últimos anos, o INPE vem ampliando sua fonte de renda com a prestação de serviços às empresas da região, notadamente as da área de eletro-eletrônica, automobiliística e de prospecção de petróleo, através da realização de testes de laboratório e de certificação de tecnologias. Acabam de comemorar o milésimo contrato.
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1 -INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; 2 - ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica; e 3 - EMRATER - Empresa Brasileia de Aeronáutica.
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